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As confissões desta fotógrafa da Victoria’s Secret vão te fazer rever seus conceitos de beleza

Foto © Christopher Campbell



Nós crescemos vendo imagens manipuladas tornando corpos que seriam normais em um padrão inatingível de beleza. Recentemente, essa ideia de que todos deveríamos ser 5 kg mais magros e 10 anos mais jovens já está se tornando obsoleta – por sorte! Em Londres, as propagandas de mulheres que retratam um padrão irreal de corpo já foram banidas, enquanto aqui no Brasil a cantora Manu Gavassi colocou a boca no trombone após ver uma foto sua completamente manipulada em uma capa de revista.

Agora, foi a vez de uma fotógrafa da marca Victoria’s Secret contar alguns dos segredinhos por trás da indústria da beleza, em entrevista ao site Refinery 29. Ela, que preferiu não se identificar, conta algumas das práticas que fazem com que as imagens de modelos sejam completamente alteradas antes de chegarem às nossas mãos.

Um dos pontos destacados pela fotógrafa é que os retoques nas imagens existiam muito antes dos programas de edição como o Photoshop. Além disso, nem toda mudança realizada é prejudicial: muitas vezes, as cores de uma peça são alteradas após a captação da imagem justamente para fazer com que a roupa fotografada se pareça mais com a peça real. Isso sempre foi feito como uma forma de melhorar a qualidade das imagens após o clique… até que alguém percebeu que alterar os “corpos” na imagem poderia ser também uma “boa ideia”.


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Ela conta que as “edições” começam antes mesmo da fotografia ser tirada: praticamente todas as modelos fazem extensão de cabelo, as peças são alteradas para moldar o corpo das mulheres (incluindo muitos enchimentos nos seios) e as modelos usam sutiãs push-up por baixo das peças, dando um efeito irreal do caimento – a responsabilidade de fazer o sutiã desaparecer é dos fotógrafos no momento do retoque.

Se você sempre pensou em como até mesmo a axila das modelos parecia melhor que a sua, a boa (ou má) notícia, é que até essa parte do corpo é manipulada no processo de alteração das imagens. É normal que as axilas saiam sempre acinzentadas – por melhor que seja a depilação da moça – e a ideia é apagar a coloração, fazendo parecer que nunca houve um só pelo por ali!

Outro fato contado pela fotógrafa é que muitas modelos precisam de retoques não para parecer mais magras, mas para adicionar um pouco de carne ao seus corpos. Isso acontece porque a maioria delas é tão magra que não acaba ficando muito bem nas fotografias e é preciso adicionar algumas “gordurinhas” para que elas pareçam mais reais (e saudáveis!).


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Foto © Todd Quackenbush

Mesmo assim, a fotógrafa também mostra o quanto somos responsáveis por isso. Segundo ela, a empresa teria contratado modelos de diferentes estilos de corpos durante o tempo em que ela trabalhou lá, mas o público não respondia positivamente a essa diversidade. Como sociedade, estamos tão acostumados a ver as mulheres sendo padronizadas para ter essa aparência irreal, que sequer somos capazes de perceber a beleza de modelos mais reais – e cujos corpos se assemelham bem mais aos da população em geral.


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Para ver a entrevista completa (em inglês) clique aqui.


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