Em apenos cinco meses e meio longe de casa, o sonho de uma modelo em desfilar nas principais passarelas do país e do exterior virou pesadelo. Délleny Mourão, de 20 anos, deixou Fortaleza para tentar a carreira em São Paulo, mas teve seu contrato rescindido no dia 17 de agosto porque “não estava nas medidas“. Na última segunda-feira (10), Délleny publicou um relato no Facebook, onde conta os abusos que presenciou na agência em que trabalhou.
As denúncias feitas pela modelo incluem aliciamento de menores, ofensas racistas e auxílio para realização de aborto, além de diversas privações em busca de um corpo que se adeque às medidas exigidas.
“É possível ver claramente que eu era/sou uma pessoa bem magra, basta dar uma olhada para o espaço entre minhas pernas e nos meus ossos aparecendo. Pesava quase 50 quilos, porém, tenho o quadril ‘largo’, o que dificultava ainda mais” relata.
“Muitas passavam fome e disputavam quem perdia mais peso. Era uma briga de ego que não possibilitava a existência de uma parceria/amizade entre elas“, conta.
Depois de listar 24 tipos de abusos, possíveis crimes e pressões psicológicas – booker oferecendo laxante, dono de agência oferecendo bebida alcoolica para menores de idade e ofensas racistas, entre outros -, Déllany deixa um recado para as jovens que sonham em seguir carreira de modelo:
“Isso é muito mais sofrido, miserável, corrupto, injusto e depressivo do que vocês pensam. Uma dica: Não entre. Não se misture. Não é de hoje que a moda é uma mentira. Onde poderosos estão apenas para lucrar, estão pouco se lixando se modelo X ou Y está passando fome para entrar na sua roupa. O importante para eles é o quanto de dinheiro cairá nas suas contas no fim do mês“.
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Todas as imagens: Reprodução Facebook