Ana Raquel Trindade, 31 anos, foi absolvida pela Justiça. Ela era acusada do assassinato do seu ex-namorado. “Existem mais de 20 Boletins de Ocorrência contra Renato Patrick Machado. A polícia e Justiça não fizeram nada para garantir a segurança de Raquel”, afirmou o promotor.
Raquel e Patrick começaram a namorar em 2013, ele convidou a namorada para trabalhar em um spa em Curitiba e ela aceitou. “Ele me buscou na rodoviária e levou para casa, depois, sumiu por alguns dias. Quando voltou, estava completamente drogado e me dopou, estuprou e trancou no quarto”, disse Ana Raquel
Depois de ser violentada, a massoterapeuta resolveu deixar o namorado e voltar para casa. Porém, Renato não permitiu e ameaçou matar o filho dela que morava em Santa Catariana.
A mulher descobriu que o agressor não era dono de spa e sim de uma casa de prostituição. Ele aliciava mulheres para trabalharem como “terapeutas sexuais”.
Ele acorrentou Ana na casa e levou vários homens para estuprá-la.
“Eu orava pedindo para Deus me matar, me sentia pior que lixo”, disse Raquel.
Na primeira oportunidade, ela fugiu e retornou para casa. Ele foi atrás e voltou a ameaçar. Foi aí que ela resolveu registrar o primeiro Boletim de Ocorrência na delegacia da mulher.
Foram mais de 20 Boletins de Ocorrência por diversos motivos, estupro, espancamento, tentativa de assassinato, sequestro e ameaças de morte.
Ana solicitou na Justiça uma medida protetiva para impedi-lo de se aproximar dela e do seu filho, mas o pedido foi negado pelo juiz.
O promotor Andrey Amorim disse que a justiça tinha que ter aceitado a medida protetiva, e prendido Renato com base na Lei Maria da Penha.
Acuada e sem apoio das autoridades competentes, ela resolveu comprar um revólver para se defender. Quando Renato tentou invadir sua casa, ela pegou a arma e disparou 12 vezes contra ele. Patrick foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Ana foi presa em flagrante pelo assassinato. Depois, por ter bons antecedentes, ela foi solta da prisão para aguardar o julgamento em liberdade.
Raquel disse, no julgamento, não ter arrependimento do crime que cometeu, e que se sentia completamente aliviada, que preferia viver presa a continuar sofrendo nas mãos dele. “Ele ameaçou meu filho e fez a minha vida um inferno”, completou.
Para a Justiça, o crime foi considerado legítima defesa.